— Esperamos você no baile, Castor. — Cassian disse enquanto montava no cavalo.
— Não sei se vai ser possível, meu amigo.
— Você sabe como ele é, não gosta de estar perto dos outros. — Lúcia disse, e houve uma breve troca de olhares entre os dois; Castor desviou rápido.
— Talvez eu vá.
— Eu não quero um talvez, quero você lá. — Cassian disse por fim.
— Todos nós queremos. — disse eu. Ele sorriu.
— É claro, todos nós. — Lúcia disse, e novamente ele pareceu incomodado. Franzi o cenho e a fitei.
— Boa viagem, que os deuses os protejam.
Partimos juntos. O vento frio cortava as bochechas, e, mesmo assim, eu percebia Lúcia checar o caminho para trás de tempos em tempos, como quem procura um nome que ficou preso na garganta. A cada relance, a lembrança do olhar que ela e Castor trocaram me voltava, áspera, e eu me perguntava o que, de fato, ficara não dito.
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O casarão, já pronto para o baile, parecia respirar: tochas acesas, pisos polidos, arranjos de flores que perfumavam o ar com algo do