Heloísa Moura
 Meus joelhos continuam fracos quando Vittorio me ajuda a entrar no carro. Meus dedos tremem enquanto seguro sua mão, como se precisasse de algo real para me ancorar na realidade.
 — Está tudo bem agora, amor — ele murmura, apertando minha mão com carinho. — Eu estou aqui.
 Quero acreditar nessas palavras, mas o medo ainda pulsa dentro de mim. O olhar de Liliane, sua voz cheia de veneno, suas ameaças... tudo ecoa na minha mente como um pesadelo que não acaba.
 Vittorio dá a partida, e logo estamos na estrada, deixando aquele hotel maldito para trás. Mas, mesmo longe, sinto como se Liliane ainda estivesse à espreita, esperando a hora certa para atacar de novo.
 — Ela falou alguma coisa? Fez algo com você? — Vittorio pergunta, sua voz carregada de preocupação.
 Desvio o olhar para a janela, vendo as luzes da cidade passarem em borrões.
 — Ela só queria me assustar — respondo baixinho. — Queria me mostrar que pode nos atingir a qualquer momento.
 Ele aperta o volante, os nó