Matheu Rossi
A preocupação começava a me corroer por dentro.
A casa estava cheia de convidados, risos soltos no ar, música suave preenchendo os espaços — mas dentro de mim só existia o som ensurdecedor da ausência da minha filha.
Aurora havia sumido.
Num momento, ela estava ali, sorrindo com Isabella, soprando as velas, cercada de carinho e lembranças. No instante seguinte… nada. Nenhuma pista, nenhuma palavra, nenhum bilhete. Como se o mundo tivesse engolido aquela menina que ainda era tão pequena pra suportar o peso que a vida insistia em jogar sobre os ombros dela.
— Já revirei o jardim inteiro, os fundos da casa, até a garagem — disse Isabella, com a voz trêmula, os olhos marejados. — Ela não tá em lugar nenhum, Matheu!
Meu peito apertou.
— Vittorio, tem certeza que não viu nada? Nem sinal do Lorenzo?
Ele balançou a cabeça, claramente angustiado.
— Não, Matheu… mas… — hesitou. — Você sabe o que eu penso, mas preciso ser honesto: será que isso não tem o dedo do seu filho?
Quis diz