O céu coberto de nuvens escondia a lua, como se até ela recusasse assistir o que estava para acontecer.
Na casa silenciosa, todos dormiam. Todos… menos um.
Dante Marchesi estava acordado. Há dias.
Com os olhos vermelhos, os músculos tensos, o paletó escuro como a própria noite.
Ele não precisava de Ricci. Nem de Petrov.
Essa tarefa era dele.
Quando se tratava de sua perdição, Dante cometia o pecado com as próprias mãos, com gosto.
Brian dormia em um dos quartos da casa de hóspedes.
A porta entreaberta. Inocente demais para alguém tão sujo.
Dante entrou sem fazer barulho. Como uma sombra viva.
A respiração lenta. O olhar sem emoção.
Ao se aproximar da cama, viu o falso irmão encolhido, vulnerável.
Mas não sentiu pena.
Apenas fúria contida.
Com um movimento seco, Dante tapou a boca de Brian com uma das mãos, pressionando sua cabeça contra o travesseiro. A outra mão segurava a faca curva, rente à pele do pescoço do homem.
Os olhos de Brian se abriram, em choque, sem ar, tenta