O novo esconderijo era diferente. Um loft discreto, nos fundos de uma loja de antiguidades em uma rua esquecida de Nova York. Lá fora, o mundo seguia o caos de sempre. Mas ali dentro, o silêncio era quase sufocante.
Villano sentou-se à beira da bancada da cozinha, desmontando e limpando sua arma com precisão mecânica. Os olhos, no entanto, estavam atentos em Ura, que, pela primeira vez, parecia sem palavras.
Ela olhava pela janela, os dedos brincando distraídos com a manga do moletom que ele havia lhe dado. Seu rosto mostrava mais do que confusão — era *decepção, medo… mágoa.
— Ela sabia, né? — murmurou, sem virar o rosto. — A Letícia… sabia quem eu era esse tempo todo.
Orlov, que vasculhava os arquivos no computador, girou a tela para ela.
— Mais do que isso, Ura. Ela sempre soube. — Ele ampliou uma imagem: era Letícia ao lado de Vladimir Romanov, o patriarca frio e calculista de uma das máfias Russas, em uma festa de gala antiga. Filha adotiva. Cresceu dentro da máfia. A tu