O relógio marca quase meia-noite. A luz da sala está suave, e Unirian está sentada no sofá, visivelmente desconfortável. *Brian* continua por perto, conversando com um sorriso discreto que a fazia se perguntar se ele era só gentil ou perigosamente manipulador.
Ela mal teve tempo de responder uma de suas perguntas quando a porta da frente se escancarou.
Dante Marchesi entrou.
Usava terno escuro ainda semiaberto, gravata solta, o cabelo bagunçado pelo vento — e o olhar... o olhar era pura fúria contida.
Unirian levantou-se num impulso.
— Dante...
Ele a olhou, direto, mas não respondeu de imediato. Seus olhos passaram por ela até fixarem-se em *Brian*, que agora se endireitava no sofá, como se esperasse esse momento.
Dante voz seca, dura como aço.
— Está confortável, Brian?
Brian sorrindo.
— Irmão... só vim conhecer a tua esposa. Me surpreendeu ela não saber que você tem família.
— Eu não tenho.
O tom foi um corte direto.
Unirian tentando acalmar.
— Dante, ele disse que é seu irmão, eu