Eu sinto uma raiva crescendo dentro de mim, uma raiva que eu não sabia que era capaz de sentir por ele. Como ele pode me fazer isso? Como ele pode ser tão cruel?
— Pai… — Eu engulo a dor e falo com mais firmeza, embora minha voz ainda esteja fraca. — Eu tô grávida. Você não pode fazer isso comigo. — Eu balanço minha cabeça, reprimindo um soluço.
Ele me encara, e o desprezo nos olhos dele é tão intenso que eu sinto um calafrio percorrer minha espinha.
— Você é uma praga na nossa família, Laura. Não tem valor nenhum. — Ele se aproxima mais, como se estivesse se divertindo com meu sofrimento. — Eu devia ter feito isso antes, devia ter tirado você da minha vida, da vida da nossa família, antes que você fosse ainda pior do que a Isabel.
A menção de Isabel me faz gelar. Eu levanto o olhar, meu corpo tenso, os músculos todos contraídos.
— O que você fez com a Isabel, pai? — A pergunta sai com força, como um grito de desespero. Eu preciso saber, eu preciso entender o que ele fez com ela