— Perdoa-me, padre, porque eu pequei.
Minha voz saiu trêmula, abafada pelas paredes do confessionário. Do outro lado, Elijah permaneceu em silêncio por um instante, como se deixasse o peso das minhas palavras repousar entre nós antes de falar.
— Estamos sempre em dívida com a graça, filha — disse ele, com aquele tom calmo que não me tranquilizava. — Confesse o que o seu coração guarda.
Fechei os olhos por um momento. A madeira do banco rangia sob meu peso, e o cheiro de incenso me fazia lembrar que eu ainda pertencia àquele lugar. Ou fingia pertencer.
— Eu estou prestes a ir embora. A trilhar um caminho que talvez não tenha volta. Um caminho que me obriga a olhar nos olhos de alguém que foi acusado de… destruição. De carregar sangue nas mãos. — Respirei fundo. — E mesmo assim, eu preciso ir. Preciso olhar essa pessoa nos olhos. Saber a verdade. Porque… parte de mim ainda acredita nela.
Elijah não disse nada. Ouvi apenas o leve ruído de tecido, como se ele tivesse ajustado a postu