Ergui o olhar pra ela. Natasha parecia desconfortável, quase culpada por tocar naquele assunto. Mas seus olhos estavam cheios de preocupação genuína.
— Digo… pelo que o Luka e o Alexey falaram… o seu pai não é uma boa pessoa.
Aquelas palavras me atravessaram como uma faca. Eu sabia o que eles achavam. Sabia que o Alexey carregava convicções pesadas sobre ele. Mas ouvir da boca da Natasha doeu diferente.
Engoli em seco.
— Não — respondi, firme. — Meu pai jamais me faria mal.
Natasha hesitou. Os olhos dela passearam pelo meu rosto, buscando talvez alguma rachadura na minha certeza. Mas eu não dei.
— Meu pai sempre foi bom pra mim. Sempre. Ele é rígido, sim. Religioso demais, talvez. Mas… eu cresci com ele me chamando de florzinha, me protegendo, me ensinando a rezar. Eu realmente não acredito — minha voz falhou, mas continuei. — Desculpa, mas eu não posso acreditar que ele faria isso. Ele jamais me machucaria…ou a Isabel.
— Então tá bom. — Natasha assentiu devagar. A expressão ai