A clareira era uma câmara de segredos. O ar, estático e perfumado pelo aroma terroso das flores negras, parecia fora do tempo. A luz âmbar que emanava da pedra central não projetava sombras; ao contrário, ela preenchia tudo com uma calorosa claridade dourada, como mel líquido derramado sobre o mundo.
Por um longo momento, ninguém se moveu. O local exigia reverência.
Aether foi o primeiro a se mover, guiado por uma pulsação interna que era ao mesmo vez um chamado e uma memória. Suas marcas não doíam; cantavam uma canção silenciosa de reconhecimento. Ele estendeu a mão, e seus dedos tocaram a superfície musgosa e ainda quente do altar.
Por um segundo, nada aconteceu. Então, a luz âmbar não explodiu mas desdobrou-se. Como uma flor cósmica abrindo suas pétalas em câmera lenta, ela fluiu da pedra e envolveu o grupo em um campo de energia serena e dourada. O mundo exterior desapareceu. Eles não foram levados a lugar nenhum; o universo é que veio até eles, não como imagens, mas como sensaçõ