O ar nas ruínas tornou-se pesado e estático, como se o próprio tempo hesitasse em testemunhar o que estava por vir. Das profundezas da câmara mais escura, onde as sombras dançavam como entidades vivas, uma figura emergiu. Seus passos não faziam sombra, e o ar gelava em torno de seu corpo esguio. Era uma mulher de altura impressionante, cabelos negros como asas de corvo que caíam sobre seus ombros pálidos, e seus olhos... Seus olhos eram dois lagos congelados, vazios e profundos, mas seu sorriso era um corte fino e preciso que Scarlet reconheceu no fundo de sua alma – era o sorriso de Serenit, sua mãe biológica, mas distorcido por séculos de amargura.Ela avançou, e as marcas douradas que adornavam seus braços e rosto pulsavam em perfeita sincronia com as de Scarlet, como se compartilhassem não apenas sangue, mas cada batimento cardíaco, cada suspiro.— Você não me reconhece, irmã? — sua
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