A luz do entardecer banhava os aposentos da Tríade, ou o que restava dela. Scarlet estava junto à janela aberta, seus olhos perdidos no horizonte onde o sol se despedia das montanhas. O mesmo cenário de paz que ela e Kieran tanto sonharam. Agora, contemplá-lo era um ato de amor e de dor simultâneo.
Rafael entrou sem fazer ruído, sua presença um calor familiar no ambiente. Ele parou ao seu lado, seguindo seu olhar e em seguida a abraçou beijando sua testa. Foi quando ele disse:
— Aether teve outra visão, sua voz era um fio de som carregado de cansaço.
— A escuridão… Ela não se foi Rafael. Está aqui. Entre nós.
Ele não se surpreendeu. Suas próprias sombras, que em sua oregem eram ferramentas de guerra, haviam sentido uma inquietação crescente nos últimos meses uma intrusão sutil no tecido da energia ao redor do santuário. Como uma névoa fina e venenosa que se infiltrava por frestas invisíveis.
— Eu sei. Sua resposta foi um rosnado baixo, quase um suspiro.
— Sinto-a… cheiran