A cidade parecia respirar diferente naquela tarde — uma mistura de pressa, cheiro de café e vento frio que cortava as ruas estreitas como uma navalha disfarçada. Eu precisava sair. Precisava ocupar a cabeça com qualquer coisa que não fosse o rosto de Dante Harrington e a maldita imagem mental que eu criara de Katherine, seja lá quem ela fosse.
Caminhei pelas calçadas olhando vitrines, deixando o tempo escorrer sem pressa. O motorista, Rich — um homem de meia-idade com sotaque londrino carregado e um humor quase inexistente — me acompanhava a poucos passos. Discreto, gentil, e com a postura de quem já viu de tudo, mas escolhe não comentar. Ele me indicou algumas lojas, as melhores papelarias, livrarias e até uma boutique onde comprei algumas roupas que realmente precisava.
A cada esquina, eu repetia mentalmente um mantra que soava mais como um aviso desesperado: Dante é proibido.
E pra garantir que eu não me esquecesse, enumerava os motivos como uma boa aluna:
Primeiro — ele