Dante
Não dormi. Nem por um segundo.
A madrugada inteira foi uma batalha silenciosa entre o cansaço e o turbilhão dentro da minha cabeça. Fechei os olhos incontáveis vezes, tentando arrancar de mim o nome dela — Evelyn — mas ele voltava como um eco, persistente, me atormentando.
Eu me sentia ridículo. Um homem adulto, herdeiro de uma fortuna e todos os negócios da família, acostumado a lidar com crises e decisões que valem milhões… e ali estava eu, incapaz de lidar com a presença de uma garota de dezoito anos dormindo em um dos quartos do mesmo teto que o meu.
Quando percebi que o sono não viria, levantei. Eram quase cinco da manhã. A casa estava mergulhada num silêncio absoluto, o tipo que só casas grandes e cheias de lembranças conseguem ter. Peguei a roupa de corrida, vesti rápido, e deixei a mansão antes que o dia nascesse de vez.
Correr sempre foi meu jeito de reorganizar as ideias. A cada passo, a mente clareia. A cada respiração ofegante, algo se encaixa — ou desaba