— Ayla! Sai desse quarto agora! — A voz atravessou a porta, impaciente, insistente.
Afundei mais no travesseiro, meu corpo afogando na exaustão da noite anterior. Meu cérebro ainda estava preso em um sonho do qual eu já não me lembrava.
A luz do dia já vazava pela janela, irritante, invasiva.
— Ayla!
Grunhi, puxando o cobertor sobre a cabeça.
Que inferno.
Por que todo mundo tinha essa obsessão de me arrancar da única coisa que me dava paz?
Minha paciência se esgotou.
— Se for pra falar merda, dá meia-volta! — Minha voz abafada pelo travesseiro.
Ouvi um suspiro do outro lado da porta.
— Você não pode passar o dia inteiro trancada aí!
Posso sim. E eu vou.
Mas, claro, ninguém nunca me deixava em paz.
— Ângela… — resmunguei — Se você não me deixar dormir, eu juro que vou te assombrar quando morrer.
Ela bufou, impaciente, e eu quase pude visualizar seus olhos revirando no maior deboche.
Não demorou um segundo sequer para que a porta fosse escancarada.
O colchão afundou quando e