Capítulo 35

— Por favor, não — eu tentei gritar de novo, mas a voz não saiu. Era apenas um sussurro rouco, perdido no silêncio da sala.

Ele não respondeu. Apenas sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos….

Acordei Gritando.

Minha respiração veio em soluços irregulares, e o suor escorria pelo meu rosto, gelado como se o próprio pesadelo tivesse grudado na minha pele.

O quarto estava incompleta escuridão, mas o cheiro ainda estava ali.

Sangue. Muito sangue. Eu estava sangrando. Escorria por entre minhas pernas, quente, denso.

Meus pulmões pareciam queimar enquanto eu tentava puxar o ar, mas só conseguia sentir aquele gosto metálico na garganta, o desespero se agarrou a mim como garras invisíveis, apertando, sufocando, arrancando qualquer resquício de racionalidade.

— Eu não tive culpa! — Minha própria voz soou cortante, rachada, como se estivesse saindo de um lugar muito mais profundo do que minha garganta. — Foi ela... foi ela! Ela me obrigou! Eu não quis! Eu nunca quis!

Minhas mãos tremiam.
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