DIA 1
A primeira tentativa de Christopher foi naquela mesma madrugada.
Mensagens curtas. Ligação perdida.
Nada visualizado.
No dia seguinte, ao voltar para o apartamento, a senha havia sido trocada.
E ela não atendia o interfone.
Ele ficou parado ali por quinze minutos, encarando a portaria como se conseguisse atravessar as paredes com o pensamento.
Mas não havia como invadir um silêncio imposto por orgulho.
E dor.
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DIA 2
Carol chegou ao escritório às 8h em ponto.
Maquiagem impecável, cabelo preso num coque que gritava autocontrole.
A única coisa desalinhada era o olhar.
Passou direto pela recepção.
Cumprimentou poucas pessoas com um aceno discreto e se sentou na sala dela como se nunca tivesse chorado num terraço sete andares acima do chão.
Fernando a viu de longe.
Tentou se aproximar na hora do café, mas ela virou antes.
— Carol... — chamou, baixinho, como quem carrega desculpas nos olhos.
Ela parou por um segundo. O suficiente para doer.
V