Mundo ficciónIniciar sesiónCapítulo 7
O quarto de Dominic estava silencioso, iluminado apenas pela luz fraca do abajur. Ele pegou o celular, abriu a agenda e ligou para seus amigos. — Gustavo, Bruno, vamos sair hoje à noite? — perguntou. — Quero beber até esquecer esse acordo idiota. Logo, o plano estava feito. Ele tomou um banho rápido, vestiu um terno escuro e desceu as escadas da mansão. Já passava das sete, e a sala de jantar estava iluminada, com cheiro de comida no ar. Sua família estava à mesa. Dominic acenou rapidamente e passou direto, mas antes que saísse, sua mãe o chamou: — Filho, jante antes de sair. — Não, mãe, não estou com fome — respondeu ele, tentando evitar conversa. — Jante, Dominic! — disse o pai, firme e preocupado. — Você não vai sair sem comer sabendo que sua mãe está preocupada. Para evitar discussão, Dominic suspirou, comeu rápido, escovou os dentes e finalmente saiu. Ainda sentia o peso do acordo, do casamento arranjado e da garota que nem conhecia. Raiva, frustração e um pouco de medo ocupavam sua mente. Ele sabia que aquela obrigação arruinaria sua noite se não encontrasse uma forma de escapar, mesmo que por algumas horas. No bar, o ambiente estava animado, cheio de risadas, música alta e luzes piscando. Gustavo e Bruno o receberam com abraços e risadas. — Então, o que houve? — perguntou Gustavo, servindo um copo de uísque. — Vou ter que me casar com uma criança de 17 anos por causa de um acordo idiota — disse Dominic, apoiando-se no balcão. — Você aceitou essa merda porque? — indagou Gustavo. — Você conhece a menina? — perguntou Bruno, curioso. — Não — respondeu Dominic com frieza. Gustavo inclinou-se para frente. — Qual é o nome dela? Dominic olhou para o teto, tentando se lembrar, mas não conseguiu recordar o que seu pai havia mencionado mais cedo. — Nada nela me interessa — disse, cortando o assunto. — É apenas um acordo. Ele sentiu uma mistura de raiva e desânimo. Como alguém podia decidir seu futuro assim, como se ele fosse apenas uma peça em um tabuleiro? Então olhou para Bruno, seu amigo e advogado da empresa: — Preciso de um contrato de casamento. Meu casamento com essa garota vai ter prazo de validade de um ano. Gustavo ergueu as sobrancelhas, surpreso. — Isso tem a ver com Thais? A mulher que você amou? Ainda espera que ela volte? Bruno perguntou sério: — Dominic, você perdoaria uma traição se ela voltasse? Dominic bateu com força o punho na mesa. — Não quero ouvir o nome dela! Ele se encostou na cadeira, olhando para a pista de dança, tentando esquecer seus problemas. A música alta, o movimento das pessoas e as luzes piscando ajudavam, mas ele sabia que não poderia fugir da responsabilidade e do casamento que vinha aí. Gustavo, tentando mudar o clima, pegou o copo de uísque e disse: — Vamos dançar! Algumas mulheres se aproximaram, sorrindo e conversando. Dominic percebeu os olhares, mas nenhum deles preenchia o vazio que sentia. Ele queria escapar, mas sabia que não podia. Enquanto observava a pista de dança, Dominic percebeu que a noite seria longa e cheia de distrações, mas que nenhuma delas poderia apagar a realidade: em breve, estaria preso a um compromisso que não queria e teria que lidar com sentimentos que nem sabia como controlar. ---






