Mundo de ficçãoIniciar sessãoCapítulo 5
Melissa correu até a porta ao ouvir os passos firmes do carro parado do lado de fora. Seu coração disparava, misturando ansiedade e alívio. Quando abriu, lá estava Dom, com o olhar preocupado e o sorriso tímido que sempre a fazia se sentir segura. Sem pensar, ela se jogou em seus braços, chorando controladamente, como se todo o peso dos últimos dias finalmente pudesse ser depositado nele. Dom a segurou firme, passando as mãos pelos cabelos dela, tentando acalmá-la. — Shhh… está tudo bem, Melissa. Eu estou aqui, tudo vai ficar bem. — Sua voz firme, mas suave, fez com que ela respirasse fundo, ainda soluçando, mas mais serena. Melissa ergueu o rosto e o beijou, longo e intenso, como se quisesse dizer tudo o que palavras não conseguiam. Dom correspondeu, mas não a pressionou, apenas manteve o abraço protetor enquanto ela chorava, encontrando conforto em sua presença. Quando finalmente se separaram, Melissa enxugou as lágrimas, sentindo a coragem retornar. — Precisamos entrar — disse ela, com firmeza, decidida a enfrentar o que viesse. Juntos, atravessaram o hall silencioso e se depararam com Sônia e Amélia, que os aguardavam com expressões desafiadoras. Dom avançou um passo à frente, o olhar firme. — Melissa não pode ser obrigada a se casar. Ela é dona de sua própria vida. — Suas palavras cortaram o ar da sala, claras e sem margem para discussão. Sônia arregalou os olhos, mas rapidamente recompôs a postura. Um sorriso calculado surgiu em seu rosto. — Talvez devêssemos conversar a sós — disse ela, com voz baixa e firme. — Dom, Amélia… podemos encontrar uma solução juntos. Melissa sentiu um frio na espinha, desconfiada. Mas não tinha muitas escolhas. Aceitou, e Dom assentiu, mantendo a mão firme sobre a dela enquanto os quatro seguiram para o escritório da casa. No escritório, o clima mudou. Sônia e Amélia se aproximaram de Dom, como se quisessem sondar suas intenções. — Então, Dom, o que você quer com Melissa, a sem graça? — perguntou Sônia, o olhar frio e calculista. Amélia, por sua vez, começou a se aproximar, como se intencionalmente chamasse a atenção de Dom. Uma piscada sutil de Sônia indicava que a irmã mais nova deveria seduzi-lo. Dom sentiu-se desconcertado. Sempre sentira desejo por Amélia, mas ela nunca lhe dera atenção antes. Agora, a proximidade dela, o perfume e o sorriso provocativo o deixavam boquiaberto e dividido entre surpresa e tentação. Melissa percebeu o jogo, seu peito apertando. Mas confiava em Dom. Sabia que ele não cederia à manipulação, pelo menos não completamente. A tensão no ar crescia, e cada palavra, cada gesto, parecia carregar um perigo invisível. Dom respirou fundo, encarando Amélia por um instante, depois voltou a olhar para Melissa, firme. — Eu estou aqui por Melissa. E nada do que vocês fizerem vai mudar isso. O silêncio que se seguiu foi pesado, mas carregado de expectativa. Todos sabiam que aquela conversa ainda estava longe de terminar, e que o próximo movimento definiria o rumo de todos naquela casa. ---






