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CAPÍTULO 4 – ENTRE SEGREDOS E FACAS

SEUL – 06h15 – SALA ESCURA DA MANSÃO SEO

A tempestade havia passado, mas a calmaria era apenas uma farsa.

Jae-Min encarava a parede digital da sala de segurança. As imagens de Skylar reunida com o agente russo, mesmo sem som, diziam tudo. Ele sabia reconhecer uma traição milimétrica. Sabia que ela agora jogava em outro nível — e que Aurora seria o primeiro alvo.

Taewon se aproximou em silêncio.

— O sistema rastreou uma movimentação incomum em contas associadas ao Projeto 47.

Jae-Min não respondeu. Apertou o maxilar.

— Tem certeza? — ele murmurou.

— Absoluta. Os dados batem com o padrão que... você criou aos 17 anos.

Jae-Min fechou os olhos por um segundo. Um segundo apenas.

Aquele projeto não deveria existir mais. Era uma rede de execuções silenciosas criadas por ele, ainda na juventude, sob ordens do pai. Uma máquina de matar encoberta com cifras.

Codinome: FACA DE SEDA.

— Ela desenterrou o que estava morto — ele disse. — E agora vai tentar me enterrar com isso.

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07h43 – SUÍTE DE AURORA

Aurora acordou com a sensação de que algo estava... errado.

Jae-Min não estava na cama. As cortinas estavam abertas — ele nunca fazia isso. E seu celular havia recebido três mensagens anônimas durante a madrugada:

> “Você sabe mesmo quem é seu marido?”

“Ele não é apenas CEO. É um executor.”

“Procure por: FACA DE SEDA.”

Ela digitou o termo no buscador interno do servidor da mansão. Nada. O acesso era bloqueado por múltiplos níveis de segurança. Quando tentou novamente, o sistema caiu.

Aurora se vestiu às pressas.

Pela primeira vez, sentiu medo de não conhecer o homem com quem havia se casado.

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ALA SUL – SALA DE ARQUIVOS DE ALTA SEGURANÇA – 08h02

A chave biométrica ainda não funcionava para ela, mas Aurora aprendera a usar os atalhos digitais.

Com um minicomputador portátil acoplado ao sistema, forçou a entrada digital. Portas se abriram com um clique agudo, e ela entrou num santuário de segredos.

Havia dossiês, vídeos, contratos... E então, em uma pasta isolada, ela encontrou algo:

F47 – EXECUTIVOS EXTINTOS – AUTOR: J.M. Seo

Ela hesitou, mas clicou.

O vídeo começou com imagens de câmeras de segurança antigas. Um adolescente — Jae-Min, claramente — de terno escuro, rosto ainda inexperiente, mas olhos calculistas. Ele apontava para três homens ajoelhados em um galpão.

— Elimine-os. Eles quebraram o juramento — dizia no vídeo.

E em seguida... tiros.

Aurora levou a mão à boca. Aquilo era real. Ele havia comandado execuções. Aos 17 anos.

Ela desligou o vídeo com as mãos tremendo. E só então percebeu que Jae-Min estava na porta, observando em silêncio.

— Você viu — ele disse.

— Você mandou matar pessoas... ainda adolescente.

— Eu obedeci ordens. Depois... criei as minhas.

— Isso não te torna menos perigoso.

— Isso me torna o homem que sobreviveu para estar aqui hoje.

— Você... você era um assassino.

Ele não se defendeu. Apenas caminhou até ela.

— E agora?

— Agora... eu não sei se durmo ao seu lado... ou se fujo.

— Então fique de pé. Porque deitada ao meu lado ou fugindo de mim... você já está no centro da mira.

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10h41 – SALA DE GUERRA

Skylar assistia ao vídeo da invasão de Aurora aos arquivos secretos com satisfação. O rosto dela pálido, as mãos trêmulas — era tudo que ela precisava.

— Ela vai se voltar contra ele — disse ao agente russo.

— Tem certeza?

— Ela é Callahan. Sangue de cobra. Orgulho de rainha. Ela pode transar com o inimigo. Mas jamais perdoa ser enganada.

— E se ela o proteger?

Skylar sorriu.

— Então matamos os dois.

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13h00 – RESTAURANTE SUBTERRÂNEO – ENCONTRO NÃO AUTORIZADO

Aurora marcou o encontro em segredo com uma das figuras mais perigosas do submundo: Yena, antiga aliada de Skylar, agora renegada.

Yena era conhecida por vender qualquer informação — por um preço.

— Quero tudo sobre o projeto Faca de Seda — disse Aurora, colocando uma maleta sobre a mesa. — E quero saber o que Skylar está armando com os russos.

Yena olhou para a maleta. E depois para Aurora.

— Você se casou com o diabo... e agora quer usá-lo para queimar outra bruxa?

— Exatamente.

Yena sorriu.

— Gosto de mulheres que sabem brincar com fogo.

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NOITE – SUÍTE PRINCIPAL – 01h12

Jae-Min observava Aurora se despir em silêncio, como se nada tivesse acontecido. Mas tudo havia mudado.

Ela deitou-se. Mas não o chamou.

— Você ainda confia em mim? — ele perguntou.

— Você quer que eu confie?

— Eu quero que você escolha entre me destruir... ou lutar comigo.

Aurora se virou, encarando-o nos olhos.

— Eu ainda não sei se amo você ou se odeio.

— Então me use.

Ela se aproximou. Tocou o rosto dele com firmeza.

— Se eu descobrir que você me escondeu mais alguma coisa, Jae-Min...

— Vai me matar?

— Não. Vou fazer você desejar nunca ter nascido.

E então o beijou.

Feroz. Desesperada. Em guerra.

SEUL – 06h33 – MANSÃO SEO – CÂMARA DE REUNIÕES DOS CHEFES

Aurora estava de pé diante de onze dos mais influentes conselheiros do império Seo. Homens e mulheres que poderiam virar o jogo em segundos — e que agora seguravam um relatório sobre as ações de Jae-Min no Projeto Faca de Seda.

— Essas informações não deviam existir — disse um dos membros, um japonês de olhos estreitos e voz baixa. — Se forem reveladas... perdemos tudo.

— Eu sei — respondeu Aurora. — Mas alguém já as está usando contra nós. E se continuarmos fingindo que esse esqueleto está trancado, ele vai nos enterrar.

— E o que você sugere?

— Que enfrentemos a verdade com inteligência. Que deixemos de esconder e comecemos a dominar a narrativa.

— Em nome do CEO?

— Em nome de algo maior. Em nome do que ainda podemos ser... juntos.

Alguns murmuraram. Outros assentiram.

Mas ali, naquele instante, ela percebeu:

ela não era mais só a esposa de Jae-Min.

Ela era parte da estrutura. Uma peça vital.

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09h09 – ALTO DO PRÉDIO DA SKYTECH – SALA DE COMANDO DE SKYAR

Skylar assistia à reunião por meio de uma transmissão pirata. Um sorrisinho cortava o canto de sua boca.

— Ela está se levantando — disse o agente russo. — Está unindo os conselheiros ao invés de quebrá-los.

Skylar não pareceu preocupada.

— Então é hora do próximo passo.

— Qual?

Ela pressionou um botão. Um monitor revelou uma gravação de áudio. A voz de Jae-Min... em uma negociação com traficantes armamentistas de origem síria.

— Isso é real? — o agente perguntou.

— Ele fez isso com meu pai. Era parte do processo de crescimento. Mas o mundo lá fora... não vai entender.

— Vai destruir o legado dele.

— Vai forçar Aurora a fazer a escolha. Ou destrói o marido... ou queima com ele.

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11h45 – CAFÉ PARTICULAR DE AURORA – CENTRO DE SEUL

Aurora sentou-se sozinha em um café reservado, quando um envelope pardo foi deslizado por baixo da mesa por um garçom.

Dentro, um pendrive.

Gravação de áudio.

Jae-Min negociando armas.

Ela fechou os olhos, tentando manter o controle. Tudo nele parecia construído em mentira. Mas algo dentro dela... recusava-se a acreditar que ele fosse só isso.

Ela ouviu até o fim.

Na última frase, Jae-Min dizia:

> “Com isso... salvamos mais de cem vidas de aliados.”

Era sujo. Mas era por uma causa.

Aurora fechou a mão sobre o pendrive.

Skylar queria que ela destruísse Jae-Min.

Mas talvez ela usasse a arma... para outra coisa.

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15h07 – MANSÃO SEO – CORREDOR DA ALA OESTE

Aurora caminhava apressada quando encontrou Jae-Min. Ele parou, claramente tenso.

— Recebeu o pendrive? — ele perguntou.

Ela não respondeu. Apenas o encarou.

— É verdade?

— Sim.

— Você negociou armas... usando o nome da minha família como moeda?

— Não por dinheiro. Para salvar aliados infiltrados no Cáucaso. Era o único jeito.

— E mentiu pra mim.

— Eu te protegi.

Ela se aproximou. O olhou nos olhos.

— Sabe o que mais protege?

— O quê?

— A verdade. Mesmo que doa. Mesmo que quebre. Mesmo que destrua.

E então, para surpresa dele... ela entregou o pendrive de volta.

— Não vou te enterrar por isso. Mas você vai me dar tudo. Cada segredo. Cada sombra. Cada nome.

— Isso pode te arruinar.

— Então cairemos juntos.

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20h00 – EVENTO DE BENEFICÊNCIA – SALÃO LOTADO

Skylar apareceu como uma deusa vingativa, vestida de vermelho sangue. Ao seu lado, dois senadores e um empresário americano.

O salão silenciou.

Mas então, Aurora surgiu.

Vestida de preto, simples, poderosa. Ao lado dela... Jae-Min.

Eles caminharam como um casal forjado em guerra.

Skylar aproximou-se.

— Você vai fingir que nada aconteceu?

Aurora sorriu.

— Você cometeu um erro, Skylar.

— Qual?

— Me ensinar a ser tão cruel quanto você.

E então, diante de todos, Aurora puxou um pen drive dourado do decote e o entregou ao apresentador do evento.

— Senhoras e senhores. Aqui estão as verdadeiras fraudes. Os crimes que Skylar Seo cometeu enquanto sabotava este império.

O telão acendeu.

Vídeos. Áudios. Conexões russas. Desvios financeiros. Provas.

Skylar ficou imóvel. Pálida.

O salão caiu em murmúrios.

Jae-Min apenas observou.

Aurora se aproximou de Skylar.

— Você me forçou a escolher. E eu escolhi proteger o homem que me ensinou que até monstros... podem amar.

Skylar foi escoltada para fora.

E Aurora... ovacionada.

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