— Menina. Acorda, filha, o senhor Afonso está aí fora.
— Outra vez tu? — Questionou o senhor do Bar.
Bessangana era um senhor de quase 70 anos, dono da grande casa de música angolana que levava o seu nome. Pai de duas meninas — uma já falecida, Benilde, e outra, Ilda, uma confeiteira dona de um mini-restaurante em Luanda, carinhosamente chamada de Bessa, diminutivo do pai.
Tio Bessangana estava vestido com uma calça de linho e uma camisa de pano grosso, quando se deparou, às 10 da tarde, com a jovem Márcia. Ela estava embriagada, apagada, com os braços cruzados e a cabeça apoiada numa das mesas do seu restaurante.
___ Quem é senhor Afonso? Perguntou ela, com a mão no rosto tentando recuperar a lucidez.
Márcia se levantou, descalça como estava. Caminhou até a saída, carregando seus saltos altos na mão esquerda. Estava fora de si, sem condições para pegar o volante. As pernas estavam bambas; andava entre as paredes do restaurante. Seu vestido arrastava pelo chão.
A música ao vivo, que t