“___ oi Helder, peço desculpas. Não vi tuas chamadas,
diz alguma coisa assim que receberes a minha mensagem.” Escreveu Márcia.
Márcia chegou em casa depois de uma noite cheia de emoções, entre copos, danças, poemas no ouvido e toques apertados. Lá estava ela, meio desalentada, exausta e esquecida. O silencio na sala era inigualável. A sala parecia um povoado abandonado. Sombria.
Márcia caminhou o corredor de sua casa, deslizando o pé descalço no chão, se dirigiu até a piscina apoiando a mão esquerda na parede da sala, enquanto se despia lentamente, do forno vinha um ar quente, parecia algo queimando, à TV estava ligada, mas sem som, apenas imagens, cujas luzes embatiam sobre a vidraça das janelas da cozinha.
___ Merda, o que estás cá fazendo?! Gritou Márcia depois do susto que tombou.
Ricardo, por sua vez, assustado. Deixou cair o limpa-piscina no chão. Ficou estático. Com o corpo arrepiado.
Ricardo era o zelador de casa, menino de 21 anos de idade, pretinho, alto e forte, de cabelos