— Menina… já esperei muito. Agora preciso fechar o bar.
Márcia sorriu de canto, fechou os olhos, respirou ofegantemente. Passou as mãos pelo rosto, levantou-se e abraçou o senhor com tanta força que não quis largá-lo.
— Desculpa… eu precisava desse abraço — disse ela.
— Tu me lembras tanto a minha filha… Benilde.
— Ela era linda, assim como você.
— Assustada, indecisa, perdida… mas o mais forte, verdadeira.
— Pareço com ela? Fico feliz em saber…
— Bom… eu já vou. Fique bem, senhor.
Tão logo Márcia colocou os pés para fora, um carro grande parou em frente dela, vidros totalmente polarizados, matrículas brancas, com selo da bandeira angolana. Os vidros baixaram de forma calma. Márcia, de braços cruzados e cabelos grisalhos, manteve-se quieta, esperando o despertar bater à sua porta.
Uma voz sã, diferente das de muitas já ouvidas. Pequenas palavras, um convite informal e verbal…
___ queres uma boleia? — perguntou o jovem misterioso.
___ para onde vais? — questionou ela.
___ Vou para on