Se eu tivesse ignorado Tomás… Se eu tivesse mandado Alícia embora com todas aquelas pessoas… Se eu tivesse obedecido Matteo… Nada dessa merda estaria acontecendo agora.
Pisco, a boca entreaberta e o peito imóvel. Meus ouvidos apitam e o sangue pulsa nas artérias do pescoço e da barriga, sinto a corrente avassaladora e febril debatendo-se sob o umbigo. A mão dele pousa na minha coxa exposta pela saia e seus dedos apertam ali, uma pressão morna e instigante que me obriga a recobrar os sentidos adormecidos.
Fito as íris castanhas, focando-me nas pinceladas cor de oliva saindo das pupilas. Intensas e profundas, devorando-me por dentro. Forço o ar para dentro, balançando a cabeça lentamente em concordância e o solto. Outra vez e outra e outra, até que o coração para com as investidas suicídas de quebrar minhas costelas para sair.
Trago saliva com gosto de cereja. Os lábios secos e as bochechas quentes. Talvez pelo perigo, talvez pela vergonha que me inunda como uma onda, nascendo daquele t