Passo pelo closet para chegar ao banheiro. Eu espanquei ele por ter encostado em você. A voz dele ressoa na mente, entupindo os ouvidos e acelerando a pulsação. O coração se debate, ameaça quebrar as costelas para sair e quando falha, tenta subir pela garganta. Agacho-me nos calcanhares e abro as portas do armário debaixo da pia. Não foi um soco. Só os céus sabem quantos foram. Ele mandou Tomás para o hospital. Um adolescente. No hospital. Espancado. Merda.
Agarro a beirada da pedra fria, mármore branco sobre balcões violeta com puxadores dourados, os quais encaro cegamente. Digerir tudo o que aconteceu ontem é impossível sem nada no estômago e o meu está pedindo por um belo - cheio de açúcar - café da manhã. Pego a cestinha de vime com ataduras, bandagens, spray desinfectante e pomada para hematomas. Fecho as portas e volto para o quarto. Deixo a cestinha em cima da escrivaninha e abro as cortinas para que a luz natural entre e eu possa ver direito.
— Não precisa…
Empurro Matteo pelo