O ar entala na garganta e o engulo como se fosse vidro. As íris castanhas dele adquirindo pinceladas sombrias ao fitar as minhas sob os longos e cheios cílios superiores. Relances de ontem passam diante dos meus olhos: O Jaguar vermelho, os toques invasivos e a boca detestável em meu pescoço… Um soco.
— Você bateu nele? - Pergunto, a voz trêmula.
— Nós conversamos. - Matteo dá de ombros e obrigo meus pulmões a inspirarem, porque arfadas ansiosas são insuficientes para evitar que eu comece a ficar roxa e sem ar. — Eu o avisei sutilmente para ficar longe de você. - Seu corpo se inclina para frente, os dois pés no chão e os antebraços apoiados nas pernas. Noto os hematomas nas articulações dos dedos, manchas rosadas e violeta, em alguns pontos quase avermelhadas. — E depois eu espanquei ele por ter encostado em você e por ser um imbecil covarde de merda.
— Você ficou maluco?! - Jogo as cobertas de lado, saindo da cama com os nervos à flor da pele, ainda quente contra a brisa, fresca o ba