Ponto de vista de Serena Bianchi

A casa de Héctor era silenciosa por fora, mas por dentro eu sabia que cada parede guardava tensão como dinamite prestes a explodir. Assim que cruzamos o hall principal, virei-me para ele e pedi com firmeza:

— Quero conversar com meus familiares. Só nós. Essa conversa precisa acontecer antes de qualquer movimento.

Héctor, sereno, pareceu entender a gravidade daquilo. Assentiu com a cabeça, com as mãos para trás como um soldado disciplinado.

— Use a ala que desejar, signora Bianchi. Esta casa está aberta a você.

Levei-os até o quarto onde vinha dormindo desde que fui trazida para cá. Máximo, Aron e Enrico me seguiram em silêncio. Assim que entramos, fechei a porta com calma. O silêncio me envolveu como uma rede — e por um momento, tudo parou.

Entreguei Lucas para Enrico, que sorriu com carinho quando meu menino estendeu os bracinhos para ele.

Virei para meu o marido. Ele parecia uma tempestade que ainda não sabia se iria desabar em chuva ou fogo.

— Vem