Ponto de vista de Máximo Bianchi

O silêncio era ensurdecedor.

A casa estava cheia de vozes, de passos apressados, de ordens disparadas em todas as direções — e mesmo assim, dentro de mim, tudo era um vácuo sufocante. Era como se o mundo tivesse perdido o som quando percebi que Serena e Lucas haviam sido levados.

Sem rastros. Sem pistas. Sem tempo de reação.

Os alarmes só tocaram quando já era tarde. Eles tinham sido profissionais. Cirúrgicos. Entraram por uma trilha de serviço que só os mais antigos conheciam. Nossos quatro melhores soldados estavam mortos, caídos como sacos de carne, sem tempo sequer de mirar. Um tiro limpo na testa de cada um. Nenhuma câmera captou os rostos. Nenhum vizinho viu a van. Eles tinham apagado tudo — e levado meu mundo com eles.

Meu mundo.

Serena.

Lucas.

A cada segundo que passava, eu sentia meu peito se contrair mais. Era uma dor bruta, insuportável, que latejava no centro da minha existência. Meus dedos tremiam mesmo fechados em punhos. Paolo tentava ra