Ponto de vista de Máximo Bianchi.
O sangue ainda escorria pelos meus braços, impregnado nas linhas das mãos, manchando minha pele, minhas roupas, minha alma. O cheiro de pólvora, de carne queimada e de sangue era tão forte que parecia ter entranhado nos meus ossos.
Mas agora… agora eu precisava de paz.
Entrei no banheiro da antiga sede da nossa família, jogando a jaqueta encharcada no chão. Liguei o chuveiro no mais quente que consegui, querendo, de alguma forma, arrancar da minha pele todo vestígio daquele inferno que deixei pra trás.
Fechei os olhos, deixando a água escorrer pelo meu corpo. Cada gota levava embora um pouco da raiva, do ódio, da dor que precisei carregar pra trazer Serena de volta. Eu não podia... não podia deixá-la me ver assim. Não daquele jeito. Ela já tinha visto o pior do mundo. Ela precisava olhar pra mim agora e se sentir protegida... amada... inteira.
Me apoiei na parede, respirando fundo, lutando contra as memórias do galpão. As marcas nas mãos, os nós dos d