A cabana estava mergulhada em silêncio, mas não era paz.
Era o tipo de silêncio que precede um temporal.
Marina estava sentada na beira da cama, ainda sentindo o calor da marca sob a pele. O que havia acontecido na floresta não parecia real. Os olhos da criatura, o sorriso, o jeito como a voz tinha entrado direto em sua mente...
E depois, Kieran. O lobo quase à solta.
Ela olhou para ele, parado perto da lareira, o corpo ainda tenso, as mãos fechadas em punhos como se segurassem algo invisível.
— Vai me dizer o que era aquela coisa? — perguntou, tentando manter a voz firme.
Ele demorou para responder.
— Não é "coisa". É alguém. — A voz dele estava baixa, áspera. — E ele não devia estar aqui.
— Mas estava. E sabia sobre mim.
Kieran a encarou, e por um momento ela achou que ele ia contar tudo. Mas então ele desviou o olhar.
— Quanto menos você souber agora, mais segura vai estar.
Ela quase riu, sem humor.
— Segura? Com uma marca que queima cada vez que algo chega perto? Com