Cilvia manteve-se ereta diante do rugido distante dos uivos. Sua expressão não mudou, mas seus olhos brilharam como se o fogo da lareira tivesse se acendido dentro deles, refletindo não apenas luz, mas uma determinação antiga, nascida de anos de liderança e sangue derramado.
— O ataque começou. — Sua voz ecoou firme, sem hesitação, como um trovão que não deixava espaço para dúvidas.
O coração de Marina deu um salto dentro do peito. Ela não conhecia os códigos daqueles uivos, mas algo em sua essência humana — ou talvez no elo invisível que agora a unia a Kieran — lhe dizia que não era um chamado comum. Era um chamado de guerra. Um som que gelava a espinha e enchia os ossos de um medo quase ancestral.
Kieran avançou até a janela de vidro reforçado, estreita, que dava para um dos pátios externos. Os punhos cerrados faziam os músculos do braço se retesarem como cordas esticadas, e seus dentes rangiam sob a pressão da mandíbula. Os uivos eram próximos, mas o que realmente o deixou