A noite estava pesada, como se o céu inteiro tivesse descido um pouco mais sobre a floresta.
Marina sentia a marca pulsar sob a pele, enquanto olhava pela janela. Cada batida era um chamado — não em palavras, mas em sensações: calor, pressão, desejo, alerta.
O vento parou. Os sons da noite cessaram.
E então ele surgiu. E Marina quando menos percebeu estava do lado de fora, como se suas pernas tivessem vida própria.
Da penumbra entre as árvores, dois olhos âmbar se acenderam. Aos poucos, a silhueta tomou forma — alta, esguia, coberta por um manto escuro que se movia como fumaça. Mas não era humano. As mãos terminavam em garras finas e negras, e o cheiro que emanava dele era uma mistura intoxicante de musgo, sangue e algo que lembrava o calor de Kieran... mas mais antigo.
— Finalmente — disse a criatura, a voz como o eco de muitas vozes ao mesmo tempo. — O sangue desperto.
Marina deu um passo para trás, mas a marca queimou como se protestasse contra a distância.
— Quem é você? —