A madrugada se arrastava silenciosa, carregada de uma calma falsa.
Lá fora, a floresta respirava lenta, mas dentro da cabana, o ar parecia quente demais, quase sufocante.
Marina se revirava na cama, incapaz de encontrar descanso. Desde o toque de Kieran mais cedo, a marca em sua pele não parava de pulsar, um segundo coração batendo num ritmo descompassado, como se tivesse vida própria. O calor dela subia e descia em ondas, deixando-a inquieta.
Kieran estava acordado também. Sentado na poltrona próxima à porta, o corpo inclinado para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos pressionando a testa. O cansaço pesava nos ombros largos, mas o sono não vinha. Desde o encontro com a criatura dias atrás, a tensão não o abandonara — e aquela sensação de que algo rondava não o deixava em paz.
Então ele ouviu.
Um estalo seco. Gravetos quebrando.
Vindo da mata.
A mudança nele foi imediata. O olhar se ergueu, as pupilas se estreitaram, e os músculos se contraíram sob a pele.
— Fiq