SAVANA
A manhã chegou devagar, envolta no cheiro de terra molhada e café recém-passado.
A chuva da noite anterior ainda deixava sua assinatura — gotas presas nos fios de arame, lama fina cobrindo o pátio, poças refletindo o azul pálido do céu que voltava a nascer. O campo parecia respirar mais lento, como se tivesse acordado antes de mim.
O relógio marcava seis e vinte.
Vesti a calça jeans, a camisa de algodão azul-clara e prendi o cabelo em um rabo de cavalo.
Nenhum som além do vento e do mugido distante.
Amber tinha dormido na casa da amiguinha então não precisava fazer toda a minha rotina matinal na correria.
E talvez fosse isso mesmo o que eu precisava: uma manhã de silêncio e calmaria.
Preparei uma caneca de café e saí para a varanda. O vapor subia junto com o sol tímido.
Lá embaixo, o pasto leste cintilava, coberto de orvalho, e o gado se movia preguiçoso em grupos. A Estância parecia nova — lavada, limpa, acordando comigo.
Por volta das sete e meia, fui até o galpão do leit