SAVANA
Assumir um relacionamento parecia simples, mas quando era falado em voz alta, não parecia tão fácil assim. Na prática, era diferente. Era acordar sabendo que todo olhar da cidade pesaria diferente, que cada passo na calçada seria observado, medido, comentado.
E ainda assim, naquela manhã, quando Caleb parou sua caminhonete em frente à casa e abriu a porta do carona, eu entrei sem pensar duas vezes.
Amber já estava na escola, Íria na lida com a rotina da casa, e a Estância finalmente respirava um ar tranquilo depois de meses de recomeço, mas dentro de mim, nada estava calmo. Era uma mistura perigosa de medo e coragem, o tipo de sentimento que só aparece quando a gente resolve viver de verdade.
Caleb estava bonito de um jeito que não se esforçava pra ser. Vestindo uma camisa azul clara, barba por fazer, o chapéu jogado no banco de trás. O sol batia no braço dele, dourando a pele, e o som do motor parecia acompanhar o ritmo do meu coração.
— Tá tudo bem? — Ele perguntou, sem tirar