CALEB
Meses depois...
O tempo tem um jeito estranho de passar quando a vida finalmente encontra um ritmo. Não corre, não arrasta... Só segue.
Meses se passaram desde aquele sorvete na praça. Desde os olhares que a cidade já nem fingia esconder. Desde o dia em que Amber me chamou de “nosso Caleb” sem perceber que tinha dito um destino inteiro numa frase simples.
À noite, depois que Amber dormia, às vezes ficávamos sentados na varanda. Não falávamos do passado, nem fazíamos planos grandes demais. A gente só existia ali. Respirando o mesmo ritmo.
Foi nesses pequenos silêncios que entendi: Eu não estava apaixonado por Savana. Eu estava em casa nela. E eu fiquei. Não porque decidiram que eu devia ficar, mas porque, pela primeira vez na vida, eu quero um lugar para voltar todo dia.
A cidade deixou de cochichar. Não porque perdeu o interesse, até porque povo de cidade pequena nunca perde, mas porque o assunto virou parte do cotidiano, como o horário das missas e o preço do leite. Eu e Savana