SAVANAO barulho dos cascos ainda ressoava dentro da minha cabeça, como se a terra tivesse guardado a lembrança e me devolvesse em ondas. O coração insistia em bater descompassado, acelerado demais, e mesmo com Amber já segura nos meus braços eu não conseguia parar de tremer.A imagem não saía da minha mente: a vaca bufando, os olhos arregalados, a poeira subindo atrás dela, e minha filha correndo, tão pequena, tão vulnerável, com os bracinhos erguidos como se pudesse se proteger com nada além do ar.Abracei Amber mais forte, apertando-a contra meu peito, sentindo seu choro quente atravessar minha blusa. O medo dela era o meu medo multiplicado. Eu queria poder prometer que nunca nada de ruim a alcançaria, mas a verdade é que eu já sabia que isso era impossível. E essa impotência era cruel.Fechei os olhos e, respirei fundo tentando me acalmar. Eu precisava ser forte por ela, para protegê-la, ser o porto seguro dela.— Acalme-se, meu amor. Já passou o susto.— Mamãe… — Amber soluçava.
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