Joana voltou para a cozinha, o coque um pouco mais desalinhado, o pano ainda na mão. Eu me afastei subitamente de Marcos, soltando a mão dele como se tivesse sido pega cometendo um crime. Meu rosto queimava, e eu evitei o olhar dela, temendo que ela pudesse ver a culpa estampada em mim.
— Desculpem a demora, meus queridos. — disse ela, a voz frágil, mas calorosa, enquanto se sentava novamente — Vamos tomar esse café antes que esfrie.
Eu forcei um sorriso, pegando a xícara e tentando me esconder atrás do gesto simples de tomar um gole. Marcos agradeceu à mãe com um murmúrio, mas seus olhos ainda buscavam os meus, como se quisesse continuar a conversa que Joana interrompeu.
— Pela cara de vocês, Marcos te contou sobre a minha doença. — disse Joana, quebrando o silêncio. Seus olhos, gentis, mas penetrantes, encontraram os meus, e eu senti meu estômago se contorcer.
Eu a olhei, pega de surpresa, a xícara quase escorregando das minhas mãos.
— Eu... sim, ele me contou. — murmurei, min