Eu estava sentada em minha mesa no escritório, o computador aberto em um e-mail qualquer e minha mente a milhão. A conversa com Rayane, a confissão de Marcos, a fragilidade de Joana — tudo girava na minha cabeça como um carrossel descontrolado. Eu mal conseguia focar nas palavras na tela, os prazos e campanhas que deveria estar revisando pareciam distantes, irreais. Minha vida estava uma bagunça.

De repente, o som de passos pesados ecoou pelo escritório. Antes que eu pudesse erguer o olhar, a mão de Jefferson bateu com força na minha mesa, fazendo a caneca de café tremer e chamando a atenção de todos ao redor. O silêncio caiu sobre a sala, os colegas virando as cabeças, alguns disfarçando, outros encarando abertamente. Levantei os olhos, assustada.

— Letícia, por acaso você ficou rica com aquela campanha da Beck? — disparou ele, a voz alta o suficiente para ecoar pelas divisórias. — A ponto de ignorar todos os outros trabalhos que estão em aberto? Porque, pelo que eu vejo, você est