Por alguns segundos, o silêncio se alongou entre nós. Eu ainda sentia o eco daquelas palavras dela: “vamos fazer isso juntos”, girando dentro da minha cabeça como um mantra perigoso e tentador.
Isabela apoiou o queixo na mão, os olhos presos nos meus, como se tentasse atravessar minhas camadas e descobrir o que eu não dizia. O jeito dela me desmontava. Havia algo naquela postura tranquila demais, quase calculada, que me deixava ao mesmo tempo seguro e inquieto.
— Dante… — ela quebrou o silêncio, a voz baixa, como se medisse cada sílaba. — Você tem noção do que isso significa?
Engoli seco, mantendo as mãos entrelaçadas sobre a mesa. — Tenho. Se eu estiver certo… não é só um erro administrativo. É alguém poderoso demais para a gente cutucar sem se preparar.
O sorriso dela desapareceu. Em seu lugar, surgiu um olhar firme, quase sombrio. — Então precisamos ser espertos. E rápidos.
A tensão no ar parecia se misturar com algo que eu não conseguia definir. Meu coração batia forte, n