O relógio na parede marcava pouco mais de quatro da madrugada, mas o sono era um privilégio que Elena não conseguia alcançar. Deitada sobre o colchão improvisado no chão do pequeno quarto, com um cobertor fino cobrindo metade do corpo, seus olhos estavam cravados no sofá à sua frente, onde Ariana dormia encolhida, com os braços abraçando o próprio corpo, respirando tranquila.
Elena não tinha essa paz.
Desde que escaparam do caos na mansão de Dante, sua mente era um emaranhado de perguntas. Será que Dante estava bem? E Firmino? O que havia acontecido depois que os tiros cessaram? Será que estariam vivos?
Agora ali estava, numa casa que cheirava a mofo, com móveis dos anos 70 e dois velhinhos generosos até demais para o que diziam ser apenas hospitalidade.
De repente, vozes.
Baixas, mas claramente próximas. Elena ergueu o rosto, prestando atenção. Não vinham do lado de fora, mas de trás da porta do quarto ao lado. O casal. Eles estavam acordados e... conversando com alguém?
Elena se lev