Tudo começou quando eu ouvi um barulho bem esquisito, tipo uma colher batendo em um vidro. Mas ninguém tava fazendo sobremesa. Nenhuma fatia de pudim. Nenhum mousse. Nada.
Olhei em volta. Eu estava sozinha no meio de uma floresta escura. Mas não era uma floresta normal, tipo as dos livros da escola com coelhinhos fofos e passarinhos cantando. Era uma floresta assombrada, do tipo que até a luz da lua parecia com medo de aparecer. As árvores eram todas tortas, umas com galhos em forma de mãos, e outras... com olhos! Eu juro! Um deles me piscou!
Quem pisca com o tronco?! Quem ensinou isso?!
Comecei a andar bem devagarzinho, tipo ninja em missão secreta. Mas o chão fazia PLOC! a cada passo. Era mole e escorregadio. Olhei pra baixo...
Gelatina.
Não era qualquer gelatina. Era GELATINA DE MORANGO — e eu odeio gelatina de morango desde aquele dia no orfanato em que ela tremia mais que criança em frente ao dentista.
Foi aí que ouvi.
TOC… TOC… TOC…
Salto alto. No meio da floresta. Porque, claro