Priscila Barcella
Eu já estava no limite, atravessando o outro lado do Beach Park, perguntando pra todo mundo. Mostrava a foto no celular, mostrava o rostinho delas, implorava:
— Você viu minhas meninas? Viu essas duas?
Ninguém sabia responder. Alguns balançavam a cabeça, outros nem olhavam direito. Meu coração parecia um tambor descontrolado, e minhas pernas tremiam como se fossem me deixar cair a qualquer momento. Eu estava completamente desesperada.
O telefone vibrou na minha mão trêmula. Atendi sem nem olhar o visor.
— Priscila, o Pedro achou as meninas! — a voz da Vitória saiu quase gritando.
Naquele instante, o ar voltou pros meus pulmões de uma vez só. Era como se alguém tivesse me devolvido a respiração que eu tinha perdido desde a hora que percebi que elas não estavam mais perto de mim.
Minhas meninas. Minhas pequenas. O Pedro tinha achado.
Senti as lágrimas queimarem meus olhos, mas dessa vez não eram de pavor: era de alívio.
Eu saí correndo, o celular quase escorregando da