O anjo do herdeiro bilionário
O anjo do herdeiro bilionário
Por: Steffany
1

"Não posso falar muito, tenho que voltar ao trabalho. Se a Senhora Telma me ver aqui posso ser demitida."

"Tudo bem Alice, só quero saber se você vem para casa esse final de semana."

"Eu sinto muito Camile, mas preciso trabalhar e não vai dar para eu ir , o Sr. Daniel vai dar uma festa para a filha, vai  vim algumas pessoas  e você já viu, sempre sobra para as faxineiras."

"Meu sonho poder trabalhar junto com você nessa Mansão. Guarda doces para mim."

"Vou tentar fazer o possível… Mas agora eu preciso ir, está bem? Fala para a mamãe que eu a amo."

"E o nosso pai? O que falo para ele? Sabe que ele vai ficar com ciúmes."

"Preciso ir Camile."

Alice desligou o celular, estava com medo de ser pega pela Governanta Telma, e essa não seria a primeira vez que estava escondida falando ao celular. 

O celular era extremamente proibido e era confiscado na Mansão, diziam que era por questão de segurança da família. Mas o que eles realmente tentavam evitar era que informações saíssem daquele lugar. 

Alice trabalhava na Mansão da família Hanh, um lugar onde era farta as plantações de de uva, o que se deu originou o nome do lugar de vinhedo. 

Seu sonho era estudar medicina, mas antes teria que ajudar seus pais, donos de uma pequena fazenda. Alice adiou seus planos de entrar na faculdade para evitar que os pais perdessem as terras, mas não era uma vida fácil.

Ela trabalhava todos os dias, limpando minuciosamente cada centímetro daquela Mansão, sob a supervisão de Telma, uma velha carrancuda que provavelmente tinha mania por limpeza.

Seu chefe era reservado. Ficava sempre trancado no escritório e quando estava fora da Mansão, costumava a ir para a empresa para supervisionar os trabalhos de seus funcionários. 

Ele nunca reclamava da limpeza da Mansão, o que deixava Telma com com peito estufado, o que ela mais queria receber era um simples elogio, mas Daniel não parecia se importar tanto com isso quanto ela. 

"Onde você estava ? " Telma falava que raiva.

"Eu sinto muito senhora. Apenas fui ao banheiro, mas já estou de volta" Alice falava  enquanto fingia limpar a mão no avental.

Telma bufou alto.

"Não deveria sair por aí. Temos coisas a fazer, e vão vir pessoas importantes para cá no aniversário. Quero tudo aqui impecável. Está me ouvindo ? " Ela disse em tom autoritário.

"Sim senhora. Já estou indo limpar as escadas e me pediu. " Ela pegou um balde de água suja e colocou o pano de chão sobre o ombro.

"E isso vale para todas vocês. Preciso que se concentrem e sem fofocas, por favor. " Telma falava para as outras faxineiras, bem satisfeita com seu tom de voz autoritário.

Alice não suportava aquela mulher. Achava que ela se sentia a dona do lugar. E o dono mesmo quase nunca dava as caras. Ela estava apenas a 3 semanas trabalhando lá, e viu o seu verdadeiro patrão apenas duas vezes de longe. 

Ela só sabia que ele era um homem rico, importante e viúvo e mais nada. Alice não sabia dizer se ele tinha um rosto bonito ou feio, mas sabia que era um homem alto.

Ela já estava cansada de limpar cada degrau das escadas. Sentia como se estivesse no século  XIX sendo criada de alguém rei, no qual não poderia chegar perto. Mas ela era só a Alice no século XXI odiando cada segundo daquele trabalho.

"Alice!" Telma já anunciou que estava próxima.  

Alice tentou se apressar. Estava no décimo degrau e para sua alegria ainda teria mais dez para limpar.

"Ela vai reclamar que estou demorando. Veja só." Ela pensou enquanto imitava mentalmente a voz de Telma.

"Você ainda está aí. Já deveria ter terminado. " Ela disse descontente.

"Eu sabia! " Alice pensou, dando uma risadinha. "Me desculpe, estou caprichando  ao máximo, é que limpar com apenas uma escova é difícil, são muitos degraus e a escada é larga." Ela aproveitou para mostrar sua indignação. 

"Não reclame tanto menina. Preciso que você vá limpar o escritório do chefe. Eu mesmo limpava, mas hoje está impossível."

"Escritório do chefe? Interessante. " Ela pensou enquanto ainda esfregava o chão.

'Ele não está  lá. Então preciso que termine isso logo e vá  até lá, antes que ele chegue. Está me ouvindo?  Ele não gosta de ser incomodado. Então preciso que  seja ligeira." Telma fez uma pausa ao perceber que Alice ainda limpava o chão.  " Pare de esfregar isso por um momento. E preste atenção em mim.  " Ela falou impaciente.

"Me desculpe." Alice largou a escova no chão e se levantou rapidamente. "Agora estou escutando… Não que antes eu não estava , eu só.. " Ela foi interrompida por Telma, que estava cada vez mais nervosa.

"Me escute bem. Não deve tirar nada lá do lugar. Tudo deverá ficar como antes, só que agora sem poeira. Preciso que leve o aspirador de pó. E por favor, não aspire nada que seja importante, apenas a poeira. " Ela olhou no relógio em seu pulso. "Acredito que ele chegará daqui a meia hora. Então, você precisa correr "

Telma saiu da sala, deixando Alice apavorada meia hora seria muito pouco para limpar as escadas e ainda limpar o escritório. Ela olhou para as escadas e seus olhos se encheram de água. 

Alice marcou a hora no relógio antigo da casa que ficava ao lado das escadas. Isso seria impossível, mas ela tentaria mesmo se ficasse um pouco atrasada. Se Telma não aparecesse, ela não teria como saber. 

Alice finalmente terminou as escadas. Seus pulsos estavam doendo, mas ainda lhe restavam 10 minutos. Pelo que ela escutava das fofocas, o Sr. Daniel era extremamente pontual. E se Telma sabia exatamente a hora que ele chegaria. O melhor a se fazer era acreditar na velha. 

Alice pegou seus equipamentos de faxina, ainda com o pulso doendo bastante. Com dificuldade ela colocou dentro do elevador e subiu. Nesse momento ela agradeceu por ele ter que carregar tudo aquilo na mão e ainda subir as escadas.

Se tinha algo que Alice adorava naquela casa, era a vantagem de ter um elevador para os empregados. Isso facilitava muito. Além de ser um momento de breve descanso, já que Telma raramente entrava naquele lugar. 

Alice respirou fundo e encostou sua cabeça no elevador, enquanto ele subia, ela fechava os seus olhos, apertando bem a própria mão.

O escritório ficava exatamente no terceiro andar, e ao final do corredor tinha uma enorme porta de madeira, esculpida a mão. Ela sempre achou aquilo magnífico, mas nunca teve tempo e nem coragem de chegar perto. 

Ela se aproximou com dificuldade já que alguns panos insistiam em cair de seu ombro. Mas ao chegar perto, percebeu que as chaves não estavam no bolso de seu avental.

"Merda, merda! Não me diga que vou ter que descer. " Ela falou, vasculhando todos os seus bolsos. "Já deve ter perdido 5 minutos dos 10 que me restavam. " Ela falou enquanto se encostava desolada na porta.

Alice tentou forçar a fechadura para entrar, e para sua surpresa. Aquilo estava aberto, o que era muito difícil de acontecer, e ela sabia disso através de fofocas. Já que Sr. Daniel era um homem misterioso e que odiava que mexiam em suas coisas, então a porta era para está trancada naquele momento.

"Mas que estranho. Tenho certeza que isso deveria estar trancado. " Ela foi entrando enquanto mexia na fechadura para ver se não tinha nenhum defeito. " Bom, vou aproveitar. Preciso limpar isso logo, antes que Telma fique brava novamente, já não aguento mais escutar aquela voz. " Ela dizia em voz alta.

Alice começou a tirar as poeiras das estantes de livros, e se admirou com a quantidade que tinha ali. Pareciam ser livros exatamente separados por temas. Alice olhou olhou sua volta e percebeu o quanto aquela estante era grande. 

Com cuidado ela foi passando o pano úmido entre as frestas. Até que distraída escutou alguém ao fundo tossindo.

O coração de Alice parou por algum segundo. Era para ela estar ali sozinha, e ainda estava perto da porta. O que significava que era impossível alguém ter entrado sem ela ter notado.

Ela se virou devagar e para sua surpresa, na mesa, próximo a janela. Sr. Daniel estava ali, a observando com os braços cruzados.

As pernas de Alice balançaram. Ela não esperava por aquilo e se ela não tinha entrado pela porta, só significava que ele estava ali o tempo todo, a escutando reclamar e a vendo admirada com os livros.

"Senhor, me perdoe. Eu achei que estava sozinha aqui. " Ela falou se encolhendo. 

Daniel se levantou, e sentou sobre a mesa.

"Quem é você? Parece tão jovem para estar na faxina. Acredito que deveria estar sentada em uma cadeira da faculdade." Ele perguntou curioso.

"Sou nova aqui, entrei faz poucos dias… mas ainda não tinha nos encontrado." Ela falou sem jeito. 

"Qual o seu nome, garota? E porque você está aqui? Já disse várias vezes que quem entra aqui é só a Telma, onde anda essa mulher?"

O coração de Alice não se acalmava. Ele batia muito rápido. 

"Eu me chamo Alice Taylor, senhor . " Ela abaixou sua cabeça como reverência. Mas na verdade estava muito assustada. " A Senhora Telma me mandou aqui, acreditando que o senhor não se encontrava. E isso é verdade não é? O senhor não passou por aquela porta? "Ela perguntou para ter certeza, mas ainda estava com a cabeça abaixada.

"Levante sua cabeça. " Ele disse em um tom bravo.

Alice levantou sua cabeça através da ordem, mas ainda estava muito apreensiva.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App