A rotina da gravidez seguia, mas a mansão começava a parecer menor a cada dia.
Daniel, mesmo mais cuidadoso com suas palavras, continuava vigiando cada movimento de Alice como quem protege um cristal raro. E, embora ela soubesse que era por amor, sentia-se sufocada.
A sensação de estar sendo constantemente observada, vigiada, guiada… a levava a buscar, ainda que inconscientemente, formas de escapar.
Começou a inventar pequenas saídas à cidade: uma visita à farmácia, uma ida rápida à livraria, o pedido de uma fruta específica que só se encontrava na feira municipal. Qualquer desculpa servia para respirar longe dos muros altos e da presença vigilante de Daniel.
Foi então que o novo chofer, Pedro, passou a ser seu parceiro constante nessas escapadas.
Pedro era jovem, bem-apessoado, tinha o tipo de simpatia que facilmente abria espaço onde antes havia resistência. Ele nunca passava do limite, mas também nunca perdia a chance de elogiar.
“Você tá cada dia mais bonita, dona Alice. A gravide