A maternidade havia transformado Alice de uma forma que ela mesma ainda estava tentando compreender. Cada madrugada em claro, cada troca de fraldas, cada choro decifrado no colo, parecia retirar um pedaço antigo dela para dar lugar a uma mulher mais forte, mais determinada. Mas também mais cansada.
Daniel, por sua vez, vivia o paradoxo de ser pai outra vez e reviver as sombras do passado. Ele se envolvia em tudo: preparava mamadeiras, ninar o bebê, acalmava Alice, e mesmo assim sentia que havia algo que o separava de sua esposa. O medo. A perda da ex ainda era uma ferida que sangrava em silêncio.
Alice percebia isso. Por mais que ele sorrisse e dissesse estar tudo bem, ela conhecia os olhos de Daniel. Sabia quando ele estava fingindo firmeza.
A nova rotina começava a desgastar o relacionamento. Pequenas discussões, mal-entendidos, silêncios longos. Não era falta de amor, era exaustão emocional.
“Daniel, você precisa confiar que eu consigo cuidar do nosso filho sozinha também,” disse A