Por mais que Juan estivesse certo do sentimento que vinha queimando em seu peito nas últimas semanas, aquela pergunta de Ayla o deixou em alerta.
Havia algo no olhar dela, uma centelha de esperança, uma devoção silenciosa que o fez parar e refletir. Era como se ele visse em Ayla um reflexo de si mesmo, o tipo de confiança que ele compartilhara com Alison, o mesmo brilho nos olhos quando você entrega tudo de si para alguém e espera que ela faça o mesmo por você.
Era exatamente assim entre ele e Alison. O tipo de compreensão silenciosa e a ideia de um amor incondicional. Mas tudo não passou de ser apenas isso: uma ideia de algo. O final fora trágico e ele temia reviver aquele filme outra vez.
—Juan— chamou Ayla de repente, quebrando o silêncio que pairava entre eles —Você está bem?
Juan balançou a cabeça rapidamente, tentando voltar à realidade e afastar seus devaneios.
—Me desculpe, eu...— Juan pigarreou, parecendo confuso, exausto. —Ayla, você se incomodaria se eu fosse deitar?
Ayla