A sala era fria, como quase todas as salas de hospital. A luz branca refletia nos azulejos gastos, e o ar-condicionado soprava de forma insistente, deixando a pele arrepiada. Ayla ajeitou a blusa, tentando cobrir a barriga enquanto esperava o médico preparar o equipamento. O cheiro de álcool gel dominava o espaço, misturado a algo metálico, limpo demais, quase desumano.
Juan estava sentado ao lado, as mãos unidas, cotovelos apoiados nos joelhos, olhando fixamente para o chão. Emma balançava as pernas na cadeira, curiosa, sem entender totalmente a grandiosidade do momento. Para ela, era apenas a promessa de um irmãozinho, alguém com quem dividir brinquedos, ou talvez disputar atenção.
O médico apareceu, um homem de meia-idade com óculos escorregando pelo nariz, e pediu para Ayla deitar. Ela obedeceu devagar, sentindo o peso da barriga quando se acomodou na maca. A bata de papel farfalhou, fina, deixando-a exposta de um jeito que nunca era confortável.
— Vai ser só um gel friozinho — di