Diana saiu tarde do escritório naquela sexta-feira. As luzes da cidade já cobriam a avenida de néons e faróis vermelhos que piscavam no asfalto molhado. Chovia fino, aquele chuvisco chato que encharca sem que a gente perceba. Ela desceu a rua em passos rápidos, o salto batendo irregular no calçamento esburacado. A blusa social grudava nas costas.
O bar ficava na esquina, desses de madeira escura, mesas apertadas, cheiro de cerveja derramada misturado com fritura. Ela não queria estar ali, mas tinha aceitado o convite de colegas do trabalho. Precisava, às vezes, fingir normalidade. Entrou, o som da música sertaneja universitária estourando nas caixas. Riu sem graça para as colegas, pediu um gin tônica, encostou no balcão.
Foi quando o viu. Erlon.
O que ele estava fazendo ali? Era a primeira vez que o via desde que começaram a trocar mensagens.
Ele não parecia encaixar no ambiente. Estava de camisa clara, mangas dobradas, o cabelo um pouco molhado da chuva, sorriso pronto. Não era bonit