CAPÍTULO 39 - A PARTIDA DE EVELYN.
O céu de Londres amanheceu cinzento naquele sábado, como se refletisse o humor de Evelyn. A chuva fina desenhava riscos invisíveis no vidro da janela do quarto onde passara as últimas noites em claro. Ela observava as gotas escorrerem, como lágrimas que já não tinha forças para chorar.
A xícara de chá esfriara lentamente entre as mãos. O aroma, antes acolhedor, agora parecia enjoativo. O dia avançava em silêncio, apenas os pensamentos de Evelyn pareciam gritar. Gritar por um mundo onde o amor era simples, sem política, sem disputas de poder. Um mundo onde as ausências não doíam.
Mas no mundo real, Reginald agora era um estranho. Evelyn já não lembrava a última vez que ouviram juntos. As palavras entre eles se tornaram formais, carregadas de silêncio, como se cada frase viesse com um ponto final enterrado dentro.
Ele dizia estar sobrecarregado, que as responsabilidades o consumiam, que tudo aquilo era por ela e por Oliver. Mas o que Evelyn enxergava era um homem afund